Início Um por todos - todos por Um

Depois que o inverno foi lentamente embora e a mensagem de florescimento é trazida pelo verão que está por vir, muitas coisas irão sair de seus ninhos. Animais que dormiram durante a estação fria agora abrem seus olhos e vão para fora de seus lares, para fazerem parte de uma nova estação - uma nova vida. Entretanto, o verão não é feito de apenas brilho de sol e belas flores. Enquando animais familiares acordam de seu sono, um bando de tolos egoístas estão ultrapassando o ambiente natural - o objetivo deles: destruir tudo o que você ama.

Com freqüência eu faço essas longas caminhadas pela natureza, para sair da rotina diária e sem sentido de sobre-socialização quebrada envolto por produtos consumíveis e estilos de vida modernos, e para estabelecer uma relação espiritual com a natureza e com os deuses que olham por todas as ações que tomo, cada respirar que tenho. Horas podem passar e não vai importar, uma vez que o tempo nesse mesmo momento irá continuar parado. Eu irei pousar meus olhos sobre os pássaros voando para baixo e pousando numa onde de um lago, como uma caravana de aviões prontos para pousar. Eu observarei as folhas caírem das árvores e dançarem num movimento intenso, antes que o vento as varra. Eu notarei os insetos e sapos, coelhos e veados campestres. Bem como esses animais, a última coisa na minha mente é o confronto humano. Humanos vivem em cidades abarrotadas, mas animais belos se acham apenas na natureza.

Enquanto observo esses veados correrem por mim, eu frequentemente imagino: "Por que você tem medo? Do que você está correndo?". Mantendo esse pensamento dentro da minha cabeça, eu vou para casa e paro num campo onde crianças no verão gostam de fazer cachorro-quente e jogar futebol. Meus olhos olham para baixo e vêem uma pilha de lixo de latas de cerveja meio vazias, sacos de batata frita rasgados e meio comidos e algumas roupas e mochilas. Primeiro eu fiquei completamente parado, processando os cheiros de cerveja vencida, grama e terra. Então eu decidi voltar pra casa e trazer minhas luvas e um saco plástico comigo. É hora de limpar.

É claro, eu sei que esse monte de lixo é um resultado direto de jovens perdidos tentando achar uma forma de curtir suas vidas, que de outra forma seria penosa e sem sentido algum. Eu sei que o único interesse atual que eles tem é ficarem bêbados, comer junk food e falar sobre coisas fáceis de lidar como sexo, carros e música pop. Mas mesmo que essa percepção pra mim seja um fato óbvio, eu ainda não posso acreditar no que fizeram. Eu ainda não posso aceitar como eles vivem e como eles escolhem destruir toda a beleza que eu gastei o meu tempo livre lutando por. Eu ainda sinto ódio por dentro pelo que estão fazendo.

Eu volto a esse lugar, e começo a coletar esses restos de "diversão" consumida. É um estilo de vida que escolho, por que hoje a maioria das pessoas estão vivendo suas vidas assim. Nas escolas, estudantes jogam lápis, apagadores e doces no chão, pois "o servente vai limpar mesmo". No mercado local, adolescentes liberais decidem pegar algo pra beber, então eles compram uma coca e jogam a latinha em qualquer lugar. Jogar o lixo num lixo, para onde deveria ir, é muito trabalho - e ainda - não é "legal" fazer o que é certo. Quando mais a nossa sociedade se torna individualista, mais a massa irá tentar usar de conformidade como meio para agir com a nossa não-conformidade. Entretanto é "legal" fazer sexo antes dos 15, mas uma vez que todo mundo seja pra fazer isso; ainda assim é uma forma de conformismo.

Enquanto eu me abaixo para encarar o cheiro nojento de cerveja vencida sobre uma demorada onda de calor do sol que queima acima de mim, eu venho a pensar o que as pessoas geralmente dizem quando você pega o lixo de outras pessoas: "Mas esse é o trabalho de trabalhadores municipais, não o nosso". Essa reflexão é muito importante, por que descreve o problema inerente por trás do que pessoas ainda vêem como uma comportamento socialmente aceitável como um cachorro: fazemos uma bagunça, outros limpam. A mentalidade do indivíduo moderno é passiva, por que se recusa a ser parte ativa da realidade material da vida. Pessoas acham tudo bem destruir a natureza, por que a sociedade contratou trabalhadores de baixo custo para limpar por eles.

O que não faz sentido nessa conclusão lógica é que ela desafia o melhoramento do melhor caráter moral, e mais importante, nega o respeito e o amor a natureza. Pessoas que intencionalmente jogam o seu lixo no verde aberto, são as mesmas pessoas que são apegadas a uma realidade ilusória de uma tecnologia dada por Deus, um sistema que quanto mais se desenvolve, mais incontrolável e poderoso se torna. As pessoas não podem se identificar com, entender ou respeitar a natureza, por que as suas vidas estão totalmente isoladas da realidade. Ao invés disso, elas passam suas vidas ou na frente da tela da TV, ou atrás da mesa onde o professor ou chefe irá doutriná-las e lhe dar tarefas que não fazem mudança alguma fora de seus desejos por riqueza, "igualdade" e medo da morte.

Enquanto eu acidentalmente derramo cerveja nos meus braços, eu cerro o cenho, uma vez que venho a pensar de por que esse sistema ainda não entrou em colapso. Se alguém está fazendo uma bagunça numa área que era limpa, é sempre algum pobre idiota idealista como eu, que terá que fazer a limpeza. Nunca é uma causa de altruísmo ou reconhecimento pessoal, por que poucas pessoas se importam. A maioria irá olhar, e então continuará a andar como se nada tivesse acontecido. Entretanto, se você tem sorte, um indivíduo comum passará, para e olhar para o que você está fazendo, e se recusar a parar ali e apenas assistir.Nessa circunstância fica a esperança para um ativista verde: inspirar outras pessoas a se importar por e respeitar o pouco de um belo dia de verão que deixamos pra trás.

Alguém pode imaginar, por que eu naquele ponto não deixei um trabalhador pago fazer o trabalho ao invés disso. A resposta para isso é simples: por que eu não sou um cachorro. Se eu preciso defecar, eu vou ao banheiro - não no meu quarto e faço minhas necessidades ali. Se eu sinto uma vontade urgente de vomitar, o que sinto muitas vezes quando vivendo em sociedade, eu tentarei fazer isso num saco e não na minha cama. O mesmo para o lixo: eu o jogo aonde ele pertence e não na natureza. Se todo mundo pensasse assim, não teríamos incidentes de cerveja numa área que outrora era saudável e limpa. Não salvaria a natureza de se tornar uma vítima da sociedade moderna, mas ao menos reduziria a quantidade de lixo achado em riachos, lagos e nas praias. Pessoas só teriam que passar talvez, algumas poucas horas por semana, juntando o lixo achado próximo de sua própria área. E quanto mais pessoas entendessem a importância de ter um lugar verde e limpo para as nossas crianças brincarem, menos indivíduos agiriam como idiotas e ao invés disso, seguiriam o exemplo dos outros.

Com isso em mente, eu coloco a sacola no meu ombro, e tento ignorar o agora quase insuportável cheiro da cerveja e salgadinhos, e decido voltar pra casa. Entretanto, antes de eu deixar o lugar, eu vejo uma pessoa olhando pra mim de uma distância razoávelmente longe da minha. Eu olho de volta, sorrio, e continuo o meu caminho de volta pra casa. Eu sorrio, por que por dentro eu sinto uma esperança queimando: que talvez essa pessoa tenha visto o que eu fiz, e considere fazer o mesmo. Talvez ele ou ela pense que tenha sido eu que tenha feito a bagunça, e que retornei por causa do meu mal estar e sentimento de culpa. Eu não poderia me importar menos: meu objetivo não é me tornar Jesus, mas proteger e salvar aquilo que eu curti neste mesmo dia de verão.

Então, pouco antes de eu ter chegado em casa, eu vim a pensar no veado campeiro que há uma hora atrás correu de mim na primeira vista - eu sei por que ele teve medo de mim; a humanidade hoje é um coletivo tolos egoístas, tementes a natureza e auto-destrutivos. Se eu fosse um veado e encontrasse um ser humano na floresta, eu provavelmente faría o que fosse melhor, e fugiria com medo também. Correr, até que tempos melhores para mim e para minhas crianças pudessem vir. Nesse meio tempo, os individualistas parasíticos dependerão dos poucos ativistas verdes, que talvez através de um idealismo ingênuo ainda acreditam no poder do sol, na frescura na água limpa e na beleza de um dia de verão que nunca parece ir embora...

20 de Novembro de 2006 - Traduzido por Dora.


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